Carnaval: beijo na boca pode causar riscos à saúde? Infectologista responde

Planeja beijar bastante durante o Carnaval? Bloquinhos, calor, água mineral e outras bebidas podem criar a atmosfera ideal para os amantes de beijos. No entanto, é importante estar ciente de que conhecer muitas bocas diferentes pode representar riscos para a sua saúde.

Carnaval: beijo na boca pode causar riscos à saúde? Infectologista responde

Beijoqueiros, é preciso ter cuidado! – Foto: Freepik/Divulgação/ND

Conforme enfatizado pelo infectologista e docente de Medicina na Universidade Positivo (UP), Marcelo Ducroquet, o ato de beijar na boca pode ser um meio de transmitir diversas infecções.

“Não se trata apenas de uma boa higiene bucal, porque muitas dessas doenças não são visíveis em um primeiro momento”, lembra. Ainda segundo ele, não é necessário sequer apresentar sintomas para a pessoa transmitir essas doenças. É possível transmitir mesmo não tendo sintomas.

Cuidado com a doença do beijo

O herpes simplex pode ser uma dessas doenças, caracterizada por bolhas dolorosas nos lábios que aparecem periodicamente. Além disso, há o citomegalovírus, que provoca febre e aumento dos linfonodos em todo o corpo.

Por último, uma enfermidade específica relacionada ao ato de beijar é a mononucleose, também conhecida como “doença do beijo” ou “febre do beijo”. Causada pelo vírus Epstein-Barr, a mononucleose é transmitida pela saliva e afeta principalmente pessoas com idades entre 15 e 25 anos.

O simples hábito de conhecer algumas bocas por aí pode trazer riscos reais à sua saúde? – Foto: Freepik/Divulgação/ND

Seus sintomas incluem dor de garganta, fadiga, tosse, inchaço dos gânglios linfáticos, aumento do baço, perda de apetite e inflamação do fígado. Uma vez infectada, a pessoa pode carregar o vírus no organismo indefinidamente.

“Esses são vírus que têm um ciclo de vida que acompanha o nosso. Ou seja, uma vez que você se infectou, você pode transmitir essa doença para o resto da vida”, detalha.

Mas e como aproveitar com segurança o Carnaval?

Mas, afinal, há esperança para os foliões que gostam de curtição nos blocos? Ducroquet esclarece que “infelizmente, não tem como evitar pegar essas doenças se você for beijar desconhecidos no Carnaval. Claro que se a pessoa tiver uma lesão na boca, especialmente de herpes, ela tem mais chances de transmitir herpes naquele momento. Mas a maioria de nós, de qualquer maneira, já foi exposto ao vírus do herpes durante a infância”, pontua.

“Quanto menor a exposição, menor o risco”, diz o especialista – Foto: Freepik/Reprodução/ND

Para o especialista, então, o jeito é minimizar o risco, beijando o menor número possível de pessoas.

“Quanto menor a exposição, menor o risco, mas acho que o grande foco e a grande preocupação no Carnaval é evitar a disseminação de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). E, para isso, a nossa recomendação é usar preservativo, que vai impedir a transmissão com bastante eficácia da maior parte dessas doenças”, completa.

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